quarta-feira, dezembro 26, 2007

Novo hospital em Chelas

O novo hospital de Todos os Santos deverá estar pronto a funcionar dentro de cinco anos e constituirá o núcleo do Centro Hospitalar Central.

Com uma população-alvo de 300 mil pessoas, a nova unidade hospitalar será um hospital diferenciado, com várias valências médicas, funcionando também como hospital fim de linha para queimados, doentes politraumatizados e na área da transplantação.
O ministro da Saúde afirmou à RTP que a nova estrutura “serve primariamente a população da sua área geográfica de atracção, dentro da cidade de Lisboa, e um pouco de Loures. Serve depois, secundariamente, a região e terciariamente outras regiões de fora de Lisboa e Vale do Tejo”, disse Correia de Campos.
Foi hoje assinado um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa de aquisição de um terreno, património da cidade, na zona de Chelas, com o valor de 13,4 milhões de euros, onde será edificada a nova estrutura.
O futuro hospital de Todos os Santos virá substituir os hospitais de S. José, Santa Marta, Capuchos, D. Estefânia e Desterro numa concentração que já tinha sido anunciada anteriormente pelo actual Governo e que, na altura, foi alvo de muitas críticas por parte da Oposição, organizações sindicais dos médicos e restantes profissionais da saúde.
Para Correia de Campos esta concentração “é uma agregação física de uma unidade que sempre existiu no tempo dos hospitais civis de Lisboa e que se recompôs agora com a criação do Centro Hospitalar Central”.
Para além de todas as valências médicas, o novo hospital terá também a possibilidade de ter “funções de ensino” recebendo estudantes da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Amendoeiras: moradores contestam valores de venda

A Comissão de Moradores do Bairro das Amendoeiras congratulou-se esta quinta-feira com a venda das casas aos moradores decidida pelo Instituto de Habitação, mas alertou para os elevados valores propostos pelo Estado, escreve a Lusa.

«Ficamos satisfeitos com a alienação dos fogos e é bom haver um compromisso escrito porque era uma vontade dos moradores há décadas. No entanto, achamos que os valores da compra propostos são exagerados porque já pagámos prestações fixas ao longo de 30 anos», disse à Lusa Carlos Palminha, da associação.

Segundo adiantou, os valores propostos pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) variam entre os 14.000 e os 46.000 euros, «consoante os tamanhos das casas e o estado de conservação».

«No fundo fomos nós que ao longo destes 30 anos conservámos as casas e agora não podemos ser penalizados e pagar um valor mais elevado», afirmou Carlos Palminha, sublinhando que a associação vai agora transmitir aos moradores os valores propostos para poder apresentar uma contraproposta.

«Temos indicação que há abertura da parte da Secretaria de Estado para alterar os valores propostos e negociar», acrescentou.

Mais bairros envolvidos

Além dos valores propostos para a venda das 900 casas no bairro das Amendoeiras, o IHRU pede ainda uma verba para a reabilitação urbana que ronda os 75 euros por metro quadrado, valor que também não agrada aos moradores.

«Fomos informados que a reabilitação é mais abrangente, envolve espaços públicos e outros equipamentos e não se limita às Amendoeiras. Envolve outros bairros, como o dos Lóios. Temos de analisar bem o assunto com os moradores para podermos depois tomar uma posição», afirmou.

Nas grandes opções do plano 2008-2011 da Câmara de Lisboa está prevista a venda de 1.100 fogos municipais aos seus habitantes. O produto da venda destes fogos será usado para obras de reabilitação nos respectivos bairros.

Está igualmente prevista a reabilitação dos bairros dos Lóios, Amendoeiras, Armador e Condado.

As casas sociais dos bairros dos Lóios e Amendoeiras eram geridas pela Fundação D. Pedro IV desde 2005, mas em Julho o Governo anunciou que estes fogos voltavam à posse do Estado.

Esta restituição surgiu depois de várias queixas dos moradores, que acusavam a Fundação de má gestão e de impor aumentos exagerados nas rendas.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Reabilitação dos bairros

O orçamento da Câmara de Lisboa para 2008 prevê a construção de sete escolas e a reabilitação de 26, inclui a revitalização da Baixa Chiado e da Frente Ribeirinha e aponta para a venda de 1.110 fogos.

(...)

O plano para 2008 aponta para uma «prioridade à parceria com o Estado para a devolução da zona ribeirinha à cidade, com o desenvolvimento de projectos específicos na zona fronteira ao Terreiro do Paço - Ribeira das Naus, Belém e Pedrouços - Doca Pesca».

Esta também prevista uma parceira com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IRHU) para o «financiamento dos grandes programas de reabilitação dos Bairros das Amendoeiras, Lóios, Condado e Armador».

O início da requalificação dos Bairros Padre Cruz, Boavista, Liberdade e São João de Brito está igualmente previsto para o próximo ano, bem como a reabilitação urbana de áreas da cidade como o Parque Mayer e Jardim Botânico, Bairro Alto e Ajuda-Belém.

«Lançar o programa de reabilitação do património municipal disperso na cidade e de outros edifícios propriedade de instituições públicas e de solidariedade social (cerca de 400 edifícios devolutos e degradados», é outra das metas para 2008.

Em 2008, o executivo conta «iniciar a recuperação dos equipamentos em elevado estado de degradação, como os complexos desportivos dos Olivais e de São João de Brito, o Pavilhão Carlos Lopes e as piscinas do Areeiro e Campo Grande».

«Instalar a rede de percursos pedonais e cicláveis, de cerca de 85 quilómetros, e corredores verdes da cidade, estruturantes da execução do Plano Verde», consta também do plano para o próximo ano.

O executivo pretende «relançar o processo de revisão do Plano Director Municipal, tendo em conta os grandes projectos de obras públicas na Área Metropolitana de Lisboa e o seu impacto na cidade de Lisboa».

A receita estrutural do orçamento para 2008 é de 493.209.750 euros, a receita extraordinária é de 45.327.388 e o financiamento alheio é de 7.446.086 euros.

O orçamento para 2008 é apresentado pelo presidente da Câmara, António Costa, e pelo vereador das Finanças, Cardoso da Silva, às 11:30, no edifício dos Paços de Concelho.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Estado vai 'descongelar' 11 mil rendas sociais

O Estado prepara-se para aumentar o valor das rendas dos seus bairros sociais. A intenção foi anunciada ontem pelo presidente do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), durante um encontro com jornalistas. "Vamos acabar com a renda social e substituí-la pela renda apoiada", disse Nuno Vasconcelos, presidente daquele organismo, responsável pela gestão do parque habitacional da Administração Central do Estado.

Para o presidente do IHRU, a coexistência dos dois regimes - de renda social e renda apoiada - gera situações de desigualdade e injustiça inaceitáveis entre moradores dos bairros sociais. Em causa estarão cerca de 11 mil fogos (número que não foi possível confirmar com o IHRU) que ainda se encontram sob o regime de renda social por terem sido arrendados antes de 1993, ano em que entrou em vigor o diploma que criou o regime de renda apoiada.

A renda social média cobrada pelo Estado ronda os 30 euros, valor muito inferior ao que resultaria da aplicação generalizada do outro regime. Estudos efectuados há alguns anos estimavam que aquele valor deveria variar entre 80 e 100 euros para que o investimento do Estado fosse reembolsado.
A renda social parte do valor da habitação feita a custos controlados (cerca de metade do preço médio de mercado), sobre o qual se aplicam taxas que variam em função do escalão de rendimentos do inquilino. O regime de renda apoiada, criado em 1993, procurou aperfeiçoar este cálculo, tornando a renda mais sensível ao rendimento per capita do agregado familiar, à taxa de esforço financeiro do inquilino e a outros factores como a idade ou a deficiência. E embora não revogasse o regime de renda social, o decreto-lei 166/93 previa mecanismos de transição para o regime de renda apoiada.

Acontece que este mecanismo não foi accionado pela maioria dos senhorios públicos, que receavam a sua repercussão social. Mas esta não foi a única razão para o desajustado valor das rendas dos bairros sociais. Durante anos a fio, o Estado abdicou da actualização destas porque, para isso, precisaria de requerer anualmente aos seus inquilinos uma declaração de rendimentos, de modo a ajustá-los ao respectivo escalão de renda. Isso não foi feito pelo Estado, nem pela maioria das câmaras, designadamente a de Lisboa e do Porto, respectivamente com cerca de 25 mil e 15 mil fogos de habitação social.

O actual edil do Porto tem vindo a actualizar rendas sociais, suscitando duras críticas dos moradores e da oposição no município. Também a Fundação D. Pedro IV, uma instituição particular de solidariedade social que herdou cerca de 1400 fogos do IGAPHE (mas, entretanto, perdeu-os) tentou fazer o mesmo, o que implicava multiplicar grande parte das rendas por 20 ou 30, sem sucesso.

O presidente do IHRU não deu detalhes sobre a passagem para o regime de renda apoiada, objectivo antigo, já previsto pelo antigo INH, que nunca chegou a concretizar-se. Mas tudo indica que o IHRU aproveite a ocasião da aprovação de um novo regime de renda social - o que deverá acontecer na primeira metade de 2008 - para actualizar as rendas dos seus bairros sociais.