segunda-feira, janeiro 07, 2008

Câmara, sindicância, cooperativa e edifício em Chelas

A magistrada responsável pela sindicãncia aos serviços de Urbanismo da Câmara de Lisboa, Elisabete Matos, fundamentou a proposta de abertura de um processo disciplinar a um alto funcionário da autarquia, entre outras coisas, nas suas relações pessoais com a gerente de uma empresa de projectos, que terá sido favorecida por ele.
(...)
De acordo com o relatório da sindicância divulgado a semana passada, o arquitecto César Ruivo, chefe da Divisão de Estudos e Valorização do Património da autarquia, interveio ilegalmente em dois processos de licenciamento em que tinha "interesse directo", razão pela qual a sua autora propôs, tal como fez em relação a outros sete técnicos, que lhe fosse levantado um processo disciplinar.
Para chegar a esta conclusão - sendo certo que César Ruivo está também a ser investigado pela Polícia Judiciária, que há meses esteve no seu gabinete -, a procuradora relatou a sua participação nos dois processos, um relacionado com o loteamento na freguesia do Alto do Pina e outro com um loteamento da cooperativa O Lar Ferroviário.
(...)
No caso do Lar Ferroviário, cooperativa que está a construir um edifício em Chelas, a sindicância constatou igualmente que César Ruivo interveio no processo como chefe de divisão, sendo o projecto de arquitectura da autoria da Arquest e aquele arquitecto pertence aos corpos sociais do Lar Ferroviário. (...)
<José António Cerejo>
in Jornal Público, 7/Janeiro/2008

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta promiscuidade entre interesses públicos e privados em Portugal é de uma verdadeira aberração.

Pelos vistos, as ligações de cooperativas e os lobbys que se estabelecem nos centros de decisão, não acontecem somente com o Canto Moniz e a Fundação D. Pedro IV.

Mas todos estas cooperativas têm uma coisa em comum: Pertencem à Fenache ( Federação Nacional de Cooperativas de habitação)...

Já foi dito e correctamente, que em Chelas os moradores têm sido um entrave a determinados interesses imobiliários.

O IHRU está aí para tentar dar continuidade à política de opressão sobre os moradores, com a tentativa de imposição da renda apoiada.

Com a possível localização do novo aeroporto em Alcochete, será construída uma nova ponte Chelas-Barreiro e então aí, novos interesses em Chelas poderão vir a instalar-se.

As pretensas decisões politicas que afirmam terem como base o interesse nacional, não passam de uma fachada para tapar os olhos ao povo.

Veja-se o caso da decisão do novo aeroporto para Alcochete. Somente um ingénuo é que pode acreditar que os resultados do estudo do LNEC não foram alvo de pressões de interesse privados. (Onde está a credibilidade?)

Somente com um grande espírito de cidadania é que os moradores poderão manter os seus direitos habitacionais.


VIVA A CIDADANIA.

Anónimo disse...

O DONO DESTE BLOG É UM VERDADEIRO DITADOR: ENTRE OUTRAS PRÁTICAS ANTIDEMOCRÁTICAS APAGA TODOOS OS COMENTÁRIOS QUE LHE SEJAM INCÓMODOS, A SI OU AOS SEUS!!!
Quem está atento a esta espécie de "blogue" repara nitidamente que a CENSURA DE COMENTÁRIOS é o passatempo predilecto do seu editor... Canalhada!!!