sexta-feira, julho 14, 2006

"Habitação dos dias de guerra"

"Habitação 'social' porque foi mais barata, mais ordinária, feita para pobres? É um conceito que me repugna"

"Cenários de bairros miseráveis e destruídos, com famílias inteiras a viver entre escombros e crianças a brincar no meio do lixo, fazem parte do imaginário que os noticiários das zonas sacrificadas pela guerra nos recordam todos os dias. Foi isso que fui encontrar nas visitas que a 'Plataforma artigo 65 - Habitação para todos' tem promovido a bairros degradados na área metropolitana de Lisboa.
(...)
Vi no Bairro dos Lóios, em Chelas, o lote 232, um assustador bunker de longos corredores sombrios, estragados e perigosos. Só nesse lote há mais de cem fogos. Foi um dos que foi cedido gratuitamente pelo Governo de Santana Lopes à Fundação D. Pedro IV. Que nunca fez qualquer obra no local e se limitou a pedir aos antigos inquilinos do IGAPHE aumentos de renda que podem chegar às centenas de euros.
Vi os novos 'condomínios fechados dos pobres', ou seja, cancelas e portas de metal, cheias de cadeados, interrompendo galerias e bloqueando saídas de emergência. A segurança é um direito que nos projectos dos anos 70, mesmo nos melhores, não era considerado. Ví edifícios de autor, como a 'Pantera cor-de-rosa', que carecem de reabilitação, inclusive para reformular circulações que deixaram de funcionar porque não inspiram segurança.

Vi habitação social mal construída, sem acabamentos, sem condições ou a precisar de intervenção urgente. Pilares descarnados, estruturas fissuradas, telhados de fibrocimento que metem água, escadas sem guardas, paredes interiores negras de humidades. Habitação 'social' porquê? Porque foi mais barata, mais ordinária, feita para pobres? É um conceito que me repugna. Habitação social devia ser a que é feita sem fins lucrativos. Há todo um sector social de habitação que escasseia em Portugal. As cooperativas têm tido um papel ultraminoritário. No Bairro dos Lóios, uma cooperativa, com o mesmo projecto do lote 232, conseguiu resultados infinitamente melhores. Dá que pensar. A promoção pública tem ignorado quase sempre os moradores e a sua capacidade de auto-organização. Assim não conseguiremos nunca garantir o direito à habitação condigna para todos.
Envolver as famílias, dialogar com as associações e comissões de moradores, cumprir os prazos de realojamento prometidos, acompanhar os bairros, procurar soluções imaginativas, estimular soluções de cooperação, recorrer às múltiplas possibilidades do novo programa Prohabita, que permite arrendar, comprar ou recuperar fogos vazios, com o apoio a fundo perdido do INH, deviam ser as novas prioridades da política de habitação. Deitar barracas abaixo com pessoas lá dentro, sem qualquer alternativa, é que não. É uma forma brutal de violência contra a qual temos de nos insurgir. Como escreveu Sophia, 'vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar'".

Helena Roseta,
Ensaio publicado na revista
"Visão", nº697, 13 a 19 Julho 2006

11 comentários:

Anónimo disse...

Sabem quem deu a casa, ao santana
a casa da lapa, e a sua recuperação
CANTO MONIZ POIS ENTÃO....
soma e segue .esse triste não tinha casa...

Anónimo disse...

O Santana Lopes representa bem tudo o que de mau existe na política em Portugal:

É populista.

Não tem visão política.

É incompetente.

Demagógico.

Oportunista- Serviu-se muito do nome de Sá Carneiro hipocritamnete para se projectar na política. Mas, é tão mau que nem ao Tino de Rãs se pode comparar.

Favorece os lobbys de criminosos, tal como aconteceu com o Vasco Canto Moniz e a Fundação D. Pedro IV.

Utiliza a vaidade parola e o exibicionismo como forma de se projectar políticamente.

Salta de tacho para tacho.

E ainda teve o descaramento de exercer (e mal), o cargo de primeiro ministro sem nunca ter sido eleito.

Assim se justifica ainda mais o apoio que o governo do PSD concedeu à Fundação D. Pedro IV na concecssão dos fogos de Chelas.

Sá falta saber qual foi o favor que obteve a Helena Lopes da Costa do Vasco Canto Moniz e todos os outros amigos políticos.

Carlos Palminha disse...

Caro leitor anónimo...
Essa informação de que o Canto Moniz deu casa ao Santana Lopes na Lapa é de total interesse dos moradores e é mais uma prova da corrupção na habitação e do favorecimento político. Fica o apelo: Se nos quiser fazer chegar informações sobre isso, escreva-nos:

Comissão de Moradores do IGAPHE do Bairro das Amendoeiras,
Av. Principal de Peões, loja 1 Ala Norte
1950 Lisboa

Anónimo disse...

Se o Santana Lopes conseguiu uma cas e fez obras com a ajuda do Canto Moniz, então foi com o dinheiro dos contribuintes, ou seja, do estado.

Já não basta estes políticos viverem a custa do esforço e do trabalho do povo e ainda por cima conseguem casas com o dinheiro de quem trabalha e tem de descontar nos impostos.

Assim não é muito dificil,o Canto Moniz e a fundação têm vivido à custa de desviar dinheiro do estado e do povo e o Santana Lopes ainda o ajudou.

Isto é um caso de corrupção muito grave, que deve ser investigado, já estamos fartos de tantas mentiras e corrupão que só atrasa ainda mais o país.

Anónimo disse...

Meus caros Amigos e companheiros de luta,

Penso seria muito importante que se soubesse o seguinte:

1. o Santana Lopes é, ou não, proprietário de uma casa na Lapa?;
2. em caso afirmativo, desde quando?
3. em que circunstâncias foi a mesma adquirida?
3.1.qual foi o valor declarado no acto de compra?
3.2 . onde foi realizada a escritura pública e qual valor declarado??
3.3 . quem pagou as despesas?
3.3.3. vamos acreditar que foi tudo o Canto Moniz!
4. foram feitas obras?
4.1. quem as fez?
4.2. quem as pagou?
4.2.2. vamos dar por adquirido que também foi o Canto Moniz!

Mas já agora pergunta a minha curiosidade um pouco maldosa: será, que neste País, já não permitido um Amigo oferecer uma casa arranjadinha a outro Amigo do peito?!...

Por amor a Deus ou ao Diabo (se preferirem) continuem a lutar pelas vossas casas, mas não se façam “caretas”!... Como se costuma dizer “o coração tem razões, que a própria razão desconhece”!!...

Anónimo disse...

Companheiros,

E, então, a Comissão de Redacção do novo contrato com Fundação, que nunca mais é nomeada pelo Secretário de Estado, não vos preocupa?

Anónimo disse...

Isto só pode ser gozo.

Então o Canto Moniz recebe o património de Chelas do governo do Santana Lopes e temos de admitir que a casa na Lapa foi um acto de amizade.

Neste mundo normalmente não se dá nada a ninguém, muito menos na política.

Todos nós sabemos perfeitamente que na política, os favores pagam-se com favores.

Ou querem agora tratar-nos por parvos e ingénuos?

Anónimo disse...

É preciso é ter cuidado com o Canto Moniz, que deve estar a tentar exercer alguma inflência junto do tribunal.

ELe já é amigo do juiz Simões de Almeida...

Anónimo disse...

Este companheiro de luta deve estar perdido.

Com estes comentários contraditórios.

Anónimo disse...

Será que é um companheiro de luta?

Anónimo disse...

É claro que a amizade é algo
que essa gente, não tem tão pouco
pelo proprio pai.
quanto mais pelos moradores,de chelas.
esse santana,era um puto ranhoso
que andava, no bairro dos OLIVAIS
fez o curso de direito,a copiar
inscreveu-se noPSD e ascendeu
depois casou com a filha.
dum grande NAZI.
DESTE PAIS