quarta-feira, agosto 02, 2006

Mansão de Marvila pode ficar sem Herança por ser gerida por privados

"Antiga directora entende que vontade da testadora não seria cumprida se os 150 mil euros do testamento fossem para a Fundação D. Pedro IV"

"Os serviços da segurança social estão impossibilitados de receber uma herança de 150 mil euros deixada em testamento à Mansão de Marvila, um lar de idosos que o Estado possui em Lisboa, devido ao facto de a sua gestão ter sido entregue a uma instituição privada.
A execução do testamento só é possivel com a intervenção da testamenteira, que ocupou as funções de directira do lar, mas esta recusa-se a faze-lo por entender que a benemérita deixou a herança a um lar do Estado e não a uma entidade privada, como é o caso da Fundação D. Pedro IV, que gere o estabelecimento desde o final de 2004.
Chamava-se Gerenerosa e foi-o pelo menos na hora da morte, quando decidiu legar 150 mil euros à instituição em que passou os últimos anos da sua vida. A senhora faleceu há cerca de três anos, Generosa de Paiva Guimarães, e não chegou a saber que o Centro Distrital de Segurança Social (CDSS) de Lisboa cedeu a gestão da sua última casa aquela fundação.
Com a entrada desta instituição, os quase 150 funcionários públicos que trabalhavam no lar mantiveram-se nos seus lugares, mas a directora deixou a suas funções.
Mais tarde, já em 2005, a antiga responsável pelo estabelecimento supreendeu a direcção do CDSS de Lisboa, recusando-se a aceder ao pedido que lhe foi dirigido para, na qualidade de testamenteira, fazer as diligências necessárias à execução do testamento. Confrontada com a impossibilidade de levantar o dinheiro, a segurança social insistiu, mas a médica reafirmou a sua posição. No seu entendimento, a vontade da benemérita testadora só seria respeitada se a herança fosse efectivamente destinada à melhoria do funcionamento da Mansão de Marvila, o que não seria o caso devido às mudanças ocorridas na gestão do lar.
O problema está agora nas mãos dos advogados da segurança social e da antiga directora do estabelecimento.
O gabinete do ministro do Trabalho e da Solidariedade Social confirmou a situação ao PÚBLICO, adiantando que o seu desbloqueamento, no caso de se manter a oposição da testamenteira, só poderá ser tentado pelas vias judiciais. A antiga directora por seu lado, escusou-se a fazer comentários sobre o assunto.
No mesmo ano em que a segurança social entregou à Fundação D. Pedro IV a gestão da Mansão de Marvila, o Instituto de Gestão e Alienaçaõ do Património Habitacional do Estado entregou-lhe, sem qualquer contrapartida a propriedade de cerca de 1400 fogos em Marvila. A Procudaria Geral da República considerou no mês passado que a entrega destes fogos não salvagardou devidamente o interesse público."
in Jornal Publico 1/Agosto/2006

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais um caso referente à Fundação D.Pedro IV, que parece não ter desenvolvimentos e que vai ficar parado (como já é esperado). Ou então ainda conseguem mais este "subsidio", alegando que é para o bem dos idosos que povoam a Mansão de Marvila quando realmente será sim, para encher mais uns bolsos e pagar mais umas "distrações" propositadas e injustas para com a população!

Espero que a Segurança Social retire a gestão da Mansão à Fundaçao de modo a que consiga recuperar o dinheiro que lhe é devido justamente pela falecida senhora e consiga solucionar os casos que já se conhecem de maus tratos aos idosos (que me parecem completamente ridiculos)

É verdadeiramente inconcebivel que deixem de alimentar os nossos "velhotes", quando foram eles que nos criaram e nos alimentaram durante toda a nossa vida e com isto, é a eles que devemos um final de vida descansado e digno, de modo a que disfrutem da velhice e recebam a paz que merecem. Considero o que eles (Fundação) fazem, repugnante e mesquinho.

Como Instituição Privada de Solidariedade Social, deviam era tratar do que a realmente se propõem, cuidar das pessoas carenciadas e proporcionar condições dignas a quem não as tem e não, fazer aquilo que realmente estão a fazer que é denegrir o nome de Solidariedade Social em Portugal.

Cumprimentos,
Alexandre Janeiro
Morador do Bairro das Amendoeiras

Anónimo disse...

realmente é de lastimar que ningém ainda tenha dado conta que os idosos da mansão de marvila estão a passar nessecidade a fundação foi a pior coisa que lhes podia acontecer tem que pagar tudo até as fraldas já tem que pagar e muito em breve será os medicamentos já não ficam com dinheiro nenhum para comprar um miminho ponham os olhos nisto e ajudem os nossos idosos que são a melhor coisa do mundo familiares pensem nos vossos pais ou mães esta gente só pretende é lucros de solideriedade não tem nada.